Infectologista alerta que a transmissão do vírus permanece ativa e que cuidados devem ser preservados com a chegada do Verão

05/12/2020

Preocupação do especialista é que praias, clubes e pontos turísticos recebam grandes aglomerações de pessoas e que a transmissão do vírus seja potencializada nesse período

Há uma perspectiva, a partir de um recente Boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de que o número de mortes pela covid-19 permanecerá alto nos próximo meses, caso o cenário de aglomerações atuais permaneça, Com a proximidade da estação mais quente do ano e devido às temperaturas mais elevadas em determinados dias, o que se observa, de norte a sul do País, são praias, clubes e pontos turísticos, tomados por pessoas sem máscara e compartilhando copos e objetos.

Para especialistas, a recomendação, até a vacinação em massa da população, ainda é “fique em casa”. Embora o Ministério da Saúde tenha publicado em junho no Diário Oficial da União uma portaria (nº 1.565) com orientações para retomada das atividades e convívio social seguro, o documento não traz recomendações sobre os cuidados nas praias, por exemplo, e dá a prerrogativa para que estados e municípios definam as suas próprias regras de isolamento.

Diante disso, o infectologista Dr. Renato Grinbaum, docente do curso de Medicina da Universidade Cidade de S. Paulo (Unicid), instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, alerta que a pandemia continua e que a transmissão do vírus permanece ativa.

“A minha maior preocupação é que devido a essas aglomerações, fomentadas pela chegada do verão, é que a transmissão do vírus seja potencializada, ocasionando o aumento no número de casos e por consequência, mais mortes. As pessoas ainda precisam manter o distanciamento social e manter os cuidados sanitários”, enfatiza.

Para o infectologista, é de conhecimento público que ambientes externos e abertos têm menor probabilidade de espalhar o vírus do que locais fechados. Entretanto, Grinbaum afirma que o risco ainda existe e quanto maior a proximidade entre as pessoas, sobretudo àquelas que não pertencentes à família, maior a chance de contaminação.

“No que se trata de recomendação, devemos sempre pensar no tripé da prevenção: distanciamento, uso de máscara e higienização de mãos. As demais orientações são secundárias e de menor eficácia. É por isso que sou enfático e repito, a pandemia ainda não acabou e precisamos nos cuidar. Quanto ao uso desses espaços, praias, clube ou pontos turísticos, por exemplo, é necessário limitar o uso de pessoas para garantir o distanciamento, e além disso, deve-se ter uma rígida orientação verbal seguida de uma fiscalização eficiente, tenho sim essa preocupação. Devemos ser responsáveis e conscientes”, argumenta.

Por fim, o infectologista orienta que as pessoas devem respeitar as políticas estaduais e municipais para controle da covid-19, seja na praia ou em qualquer outro ambiente, porém, a consciência é individual e está acima de qualquer regra. “Lembre-se que, ao se proteger, você reduz as chances de propagação do novo coronavírus e protege outras pessoas. Essa é principal regra que devemos seguir. Não é porque o verão se aproxima que devemos relaxar. O calor não nos imuniza do vírus”, contextualiza.