Aluna de Medicina da UNICID recebe premiação por projeto na Iniciação Científica

Os alunos da UNICID não estão para brincadeira. Pela Iniciação Científica, Fernanda Cortinhas Barbosa, do curso de Medicina, teve seu trabalho de pesquisa premiado no 14º Congresso Brasileiro de Dor […]

25/10/2019

Os alunos da UNICID não estão para brincadeira. Pela Iniciação Científica, Fernanda Cortinhas Barbosa, do curso de Medicina, teve seu trabalho de pesquisa premiado no 14º Congresso Brasileiro de Dor como “Melhor tema livre Pesquisa Científica – Prêmio SBED” (Sociedade Brasileira do Estudo da Dor).

O congresso aconteceu em junho deste ano, Fernanda apresentou seu trabalho sob muita emoção. Mesmo nervosa, segundo ela, conseguiu passar à plateia o teor de sua pesquisa e surpreender até a alguns médicos pela originalidade e maturidade do projeto.

Ela conta que o seu projeto de pesquisa, intitulado “Estudo do Possível Efeito Analgésico e Anti-inflamatório de Peptídeos Isolados de Muco de Raia Dasyatis americana, investiga a ação de um elemento presente no muco produzido por uma espécie de raia, o qual em determinada concentração teria ação analgésica e anti-inflamatória. E que o resultado desse projeto se aplicaria principalmente a tratamentos de doenças crônicas como o câncer, na diminuição do edema e dor.

Até chegar à premiação, porém, foram dois anos de estudos e construção do tema. O primeiro passo ela já havia dado: antes mesmo de entrar na faculdade, tinha a certeza de que seria pesquisadora, mas não sabia como proceder, tampouco tinha algum projeto em mente.

Colaboração

Em 2016, soube que a Profa. Dra. Patrícia Brigatte desenvolvia pesquisa relacionada a dor oncológica e substâncias naturais, e buscava a participação de alunos. Ela decidiu se apresentar, pois começou a se interessar pela especialidade da oncologia.

Passando a atuar como voluntária no grupo de pesquisa durante um ano, dedicou-se à leitura de artigos sobre dor aguda, dor crônica, substâncias naturais que causam a analgesia e efeito antitumoral. Correlacionar os dados presentes no projeto de doutorado da profa. Patrícia a substâncias naturais extraídas dos animais foi mais um passo, a partir do qual novas informações surgiram.

“Em colaboração com a pesquisa do Dr. Guilherme R. Coelho, do Instituto Butantã, queríamos analisar o possível efeito de moléculas purificadas do muco da raia Dasyatis americana, visando caracterizar possíveis ações farmacológicas dessa secreção. Para isso, o Dr. Guilherme fez uma análise da composição do muco e notou ‘in vitro’ uma atividade pró-inflamatória com o muco bruto”, disse. “Começamos a aplicar ‘in vivo’ em modelo de dor aguda para o muco bruto e diluído. Nos primeiros experimentos, percebemos que quanto mais diluído o muco maior era a ação da anti-inflamação. A partir disso, entendemos que havia algum peptídeo que tinha o efeito analgésico e anti-inflamatório. Visto isso, isolamos alguns peptídeos para saber de fato qual tem o efeito desejado”, concluiu.

Foi então que nasceu o primeiro projeto de pesquisa ‘Estudo do possível efeito analgésico e anti-inflamatório de peptídeos isolados de muco de raia Dasyatis americana’, em 2017.

Visão crítica

Fernanda disse que atuar na pesquisa requer múltiplas capacidades e isso refletiu positivamente em sua vida acadêmica. Hoje ela acredita ter uma visão mais crítica sobre as possíveis aplicações de estudos para o melhor tratamento do paciente. “É fundamental entender a metodologia de um protocolo a fim de averiguar a credibilidade do estudo e obter uma opinião quanto à aplicação clínica”, explicou.

Se pretende continuar na pesquisa, ela garante que sim: “Tenho muito orgulho do que eu, junto com outros pesquisadores, construímos até hoje. A premiação me deixou extremamente feliz e emocionada. É muito gratificante saber que não só você acredita no seu trabalho, mas os outros apoiam e valorizam o que faz”, comemorou.

Agora Fernanda está pronta para partir para um próximo projeto e, segundo ela diz, “continuar desenvolvendo mais conhecimento”.